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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Mais uma vez presente na Série B de SC, Desprovidos vê embate entre os últimos colocados

Opa.

Mesmo doente, neste domingo (21) eu havia um compromisso supimpa pela competição MAIS QUERIDA do profissional, o Campeonato Catarinense Série B, e não poderia perder de forma alguma. Em campo, os dois últimos colocados da competição, Hercílio Luz e Caçadorense, travariam a batalha em Tubarão, mais precisamente no Estádio Aníbal Costa. Após uma bela caminhada pelo centro da cidade até chegar no local da peleja, comprei o ingresso, que custava apenas 10 mangos, visitei a lojinha do Hercílio e fui me acomodar no local.

Jogadores de Hercílio Luz e Caçadorense aquecendo... (Foto: Matheus Pereira)
...para um Aníbal Costa ainda às moscas (Foto: Matheus Pereira)
Campeão catarinense no biênio 1957/58 e clube mais antigo ainda em atividade no estado, o Hercílio Luz hoje em dia já é um cidadão pertencente à B estadual. Por lá há longos anos, ultimamente vem lutado contra o rebaixamento à C, e com o centenário cada vez mais próximo, as coisas terão de mudar rapidamente para o clube obter sucesso em seu ano fulcral. Já a Caçadorense, por sua vez, resistiu bem na B após conquistar o título da Terceirona em 2012; mas, em 2014, a história é outra e o clube já antes mesmo dessa rodada precisava de um milagre para evitar o descenso.

As duas equipes sofreram bastante pela debandada de jogadores durante a competição, além de muita gente chegando. Mesmo sendo terceira rodada do segundo turno, ainda haviam atletas fazendo sua estreia nesse confronto, como é o caso do zagueiro Wesley pelo escrete hercilista e do meia Dieguinho a favor da equipe do meio-oeste do estado. Até os próprios torcedores do clube de Tubarão já haviam jogado a toalha em 2014; pouco menos de 100 pessoas estiveram presentes nesta tarde para presenciar a peleja.

Jogadores se cumprimentam antes do início da partida (Foto: Matheus Pereira)
Tudo pronto para o pontapé inicial (Foto: Matheus Pereira)
Bom, e após o apito inicial dado por Ramon Abatti Abel, o que se viu foi um jogo de nível técnico questionável. As duas equipes precisavam da vitória, e por jogar em casa foi o Hercílio Luz que partiu para cima buscando o gol logo de cara. Lutando contra o vento, que era extremamente surreal no sul do estado neste domingo, do nível de mudar a trajetória da bola em todo lançamento longo, a Caçadorense se resguardava e buscava sair nos poucos contra-ataques que encaixava.

Mesmo assim, lá na frente o padrão de jogo do time da casa era ESTRANHO. Com um atacante jogando em cada lado, mesmo que nenhum dos dois fosse de velocidade, e o garoto Matheus - esse sim, rápido - jogando centralizado, muitas vezes faltava uma referência lá na frente para conclusão. O único lance digno de nota dos primeiros minutos de partida foi uma dividida forte que acarretou na lesão de Renan Meduna, da Caçadorense.

Saldo do encontro entre João Rodrigo e Meduna que resultou na lesão do segundo (Foto: Matheus Pereira)
No meio do campo, árbitro marca nova falta (Foto: Matheus Pereira)
Depois, o jogo seguiu na mesma. A Caçadorense, quando saía para o ataque, conseguia levar perigo, impulsionado principalmente pelos pés do talentoso camisa 10 Dieguinho, ex-Chapecoense. O Hercílio, dono da maior parte da posse de bola, conseguia pressionar a equipe visitante, principalmente com escanteios e algumas jogadas criadas pelo também camisa dez Cristiano. Na volância, Anderson Pedra acabou se destacando a favor da equipe.

Porém, está comprovado que este que vos relata tem uma zica com ambulâncias. Na altura dos 25 minutos, o lesionado Meduna teve de ser levado ao hospital e o carro médico deixou as dependências do Aníbal Costa, voltando apenas novos 25 minutos mais tarde, deixando o primeiro tempo parado por um bom tempo. Vale lembrar que na partida entre Inter de Lages e Canoinhas, que também me fiz presente, a ambulância sumiu no intervalo e demorou a retornar, ocasionando minha saída breve da peleja.

Iury Fenker puxando jogada ofensiva da equipe visitante (Foto: Matheus Pereira)
Goleiro Robson VOA - literalmente - para fazer o corte em escanteio (Foto: Matheus Pereira)
Retornada a madame, o jogo permaneceu na mesma premissa, e agora com ainda mais vento. Certa feita, o goleiro Robson foi cobrar falta em sua área e lutou até conseguir deixar a bola parada; o vendaval fazia com que ela andasse toda vez que ele ajeitava. Foi aí que a Caçadorense teve sua melhor chance na partida, uma bela jogada articulada que terminou com uma defesa sensacional do arqueiro hercilista André, um dos respiros de talento nesse elenco.

O primeiro tempo acabou se encerrando mesmo no 0 a 0, para as vaias dos poucos presentes na partida. As duas equipes, precisando vencer, acabaram não conseguindo balançar as redes e seguiam abraçadas lutando contra o calvário da C estadual. Mas, o segundo tempo viria pela frente, e tudo poderia mudar, CLICHÊ à parte. 

Robson, dessa vez sem o vento, cobrando tiro de meta (Foto: Matheus Pereira)
Jogada no meio do campo (Foto: Matheus Pereira)
A segunda etapa, por sua vez, começou a todo vapor. Com alguns segundos de partida, o Hercílio teve uma falta lateral a seu favor. Cristiano jogou na área, e depois de um BAFAFÁ, a pelota sobrou limpinha para o zagueiro estreante Wesley, que encheu o pé e estufou as redes, abrindo o placar para o clube local. Porém, depois do gol a equipe local acabou relaxando e recuou em campo, deixando espaços para a Caçadorense crescer, liderados mais uma vez pelo camisa dez Dieguinho.

Entretanto, tirando alguns lances esparsos do meia, a criatividade por parte da equipe do meio-oeste não era muito grande. Então, os treinadores começaram com suas substituições contestáveis: Júlio Batisti tirou o já supracitado maestro da equipe de Caçador, um dos únicos que se destacava pela equipe na partida, na altura dos 20 minutos da etapa final. Já Pedro Caçapa recuou de vez o Hercílio Luz, tirando o atacante Rodrigão e pondo o volante Rômullo.

Atleta da Caçadorense, ao contrário do que parece, não está correndo sobre o alambrado (Foto: Matheus Pereira)
Sozinho, jogador tenta armar jogada pela direita em favor dos visitantes (Foto: Matheus Pereira)
O sol sumiu, e o futebol foi ficando cada vez mais fraco. O jogo não ficou ruim, pois parto do pensamento de que ruim é não ter jogo. Quando o sono começava a bater, Cristiano, do Hercílio Luz, e Alexandre, da Caçadorense, trocaram pontapés e foram corretamente expulsos pelo árbitro, não sem antes uma confusão ter começado a se instaurar, separada pela já famosa turma do deixa disso. Pouco mais tarde, o treinador do time da casa colocou o garoto André Avelino em campo, para repor o vácuo deixado pela expulsão.

Poucos minutos mais tarde, quando o cronômetro já estava na casa dos 47, Avelino recebe pela esquerda, faz bonita jogada individual e dá um leve toque na saída de Robson, marcando um belo gol e proporcionando uma festa massiva de jogadores e comissão técnica do Hercílio Luz, além dos torcedores, que estavam presenciando a primeira vitória do clube em casa nessa Série B de 2014.

Cristiano e Alexandre dividem pelo alto no lance que precederia as expulsões (Foto: Matheus Pereira)
Na saída de bola, porém, após chutão para a área de ataque, a Caçadorense teve um pênalti marcado a seu favor, em dividida pelo alto. Apesar de duvidoso, quem não teve nada a ver com isso foi o atacante Alex Pires, que converteu a penalidade a favor da equipe visitante. Mas realmente não havia tempo para mais nada; no primeiro toque na bola pós-gol, ainda no setor circular do meio-campo, o sr. Ramon Abatti Abel deu como finalizada a peleja: Hercílio Luz 2x1 Caçadorense.

O Hercílio agora pode respirar mais aliviado, tendo conseguido subir - ainda que pouco - na tabela de classificação. À Caçadorense, resta buscar 4 vitórias nas 6 partidas que ainda restam (vale lembrar que a equipe conseguiu apenas uma na competição, que ainda lhe foi tirada por escalação irregular de um atleta) para tentar se salvar do descenso à Série C. É amigos, a situação pelos lados de Caçador não anda muito fácil.

Taça de Campeão Catarinense de 1958 (Foto: Matheus Pereira)
Dado o fim de jogo, dei uma acelerada no passo até a rodoviária, para que aquela paralisação ainda na etapa inicial não me atrasasse. Ledo engano, pois tive de esperar ainda 50 minutos para o ônibus, visto que ele chegou em Tubarão bem atrasado. Mas, sem problemas, a peleja assistida já valia a pena. O Desprovidos tentará voltar a estar presente pela Segundona na cidade, dessa vez em uma partida do Atlético, rival do Colorado.

Enquanto a data de tal partida não chega, continuamos com os jogos não-profissionais, essa semana interrompidos devido ao meu estado de saúde e também porque a Carbonífera Criciúma transferiu seu confronto, que estava planejada minha presença, para longe de tudo. Mas enfim. Nos veremos em breve.

Abraços.

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