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domingo, 15 de março de 2015

Sob um temporal apocalíptico, Estrela Azul passa a patrola no Campinas

Olá!

Finalmente começamos a temporada de 2015 do Desprovidos de Fama! Após o adiamento forçado de uma semana devido a um pequeno problema que sofri, tomei a estrada nesse domingo (15), rumo ao sul da Ilha de Santa Catarina, onde, no bairro do Campeche, veria o confronto entre Campinas - equipe local - e Estrela Azul, de Santo Amaro da Imperatriz, válido pela primeira rodada da Copa Interligas. Depois de pegar uma infinidade de ônibus e os mais variados tipos climáticos, cheguei ao Estádio Bartolomeu Manoel Daniel um tanto quanto antecipadamente para o embate.

SER Campinas, de Florianópolis (Foto: Matheus Pereira)
Estrela Azul FC, de Santo Amaro da Imperatriz (Foto: Matheus Pereira)
Árbitro Anderson Luiz de Lima, auxiliado por Otto Santos Silva e Carlos André Inácio, e os capitães das equipes (Foto: Matheus Pereira)
À tradicional apresentação de um torneio novo aqui prestigiado: a Copa Interligas reúne os melhores clubes de cinco ligas da Grande Florianópolis, resultando em doze clubes, que competem entre si para abocanhar uma vaga no estadual semi-profissional, que é dada ao campeão. A competição se estende até meados de maio, como todas as outras copas regionais do estado, e reaparecerá por aqui muitas vezes ainda em 2015.

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O Estrela Azul angariou o direito de disputar a Interligas após se sagrar campeão da LICOSAI - Liga de Futebol da Comarca de Santo Amaro da Imperatriz. Já o Campinas está no torneio após faturar o vice-campeonato da LIFF - Liga Florianopolitana de Futebol. Vale ressaltar que o início do campeonato foi adiado, assim como praticamente todos no estado, após ter sido aprovada (e posteriormente reprovada) uma regra que obrigava os atletas a apresentarem atestado médico para atuar.

Dividida entre atletas das equipes com a torcida do Estrela socada num ÔNIBUS ESCOLAR ao fundo (Foto: Matheus Pereira)
Já com a chuva caindo, Marquinhos carrega a bola pelo meio (Foto: Matheus Pereira)
Com a bola rolando, todas as atenções voltavam-se para o céu. E eu nem falo dos aviões que constantemente passam por ali, perto do aeroporto, mas sim, das nuvens que formavam uma tempestade colossal que pegaria todos nós desprevenidos. Dito e feito: com menos de dez minutos de partida, ela começou a se armar, e durante toda a primeira etapa caiu um AGUACEIRO sem precedentes pelas bandas do Campeche.

Tentando fugir da tempestade, me abriguei num pequeno telhado do vestiário de arbitragem e de lá vi um jogo equilibrado, com uma leve vantagem para a equipe de Santo Amaro da Imperatriz. Antes que alguma conclusão pudesse ser tomada, logo o placar foi aberto, com o bom centroavante Alemão: 1 a 0 Estrela Azul. Se as coisas pro Campinas não estavam perfeitas, elas ficaram piores depois das redes serem balançadas, pois com a chuva aumentando, o Estrela se animou.

O anoitecer em plena 16h30 (Foto: Matheus Pereira)
Sob a tempestade, árbitro amarela atleta do Campinas com o ônibus de novo presente (Foto: Matheus Pereira)
Aproveitando a soberania, o Estrela Azul não tirou o pé - pelo contrário, continuou em cima, e conseguiu novamente balançar as redes. Dessa vez, o autor do tento foi o outro atacante, Neném, num lance que literalmente passou despercebido por mim, mas que causou furor nos habitantes do ônibus da felicidade estacionado no estádio: 2 a 0.

Sem ter muito para onde fugir, o Campinas ainda evitou desistir no primeiro tempo, tentando a todo custo achar jogadas que pudessem levar perigo à meta de Diego. Mas os constantes erros de passe e uma visível fraqueza eram constantes incômodos para os atletas da equipe mandante. Sem ter nada a ver com isso, os atletas da equipe azul e branca ainda passaram perto de marcar mais vezes, embora atrapalhados pela chuva. Mas o primeiro tempo encerrou-se no mesmo placar, dois a zero.

Jogada de ataque do Estrela, no fim da primeira etapa (Foto: Matheus Pereira)
Alemão e Natan observam o rolar da pelota (Foto: Matheus Pereira)
A segunda etapa começou, e a tempestade deu uma trégua, restando apenas poucas gotas caindo numa garoa animada. Mesmo assim, os resquícios dos minutos anteriores permaneceram, com o gramado do Bartolomeu repleto de poças d'água, que davam um charme a mais para a peleja. Quanto ao futebol, as coisas diferentaram-se de outrora no Campeche. O time local, ENRAIVECIDO pelos esbravejos de seu treinador no intervalo, voltou com outra postura.

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Mais ofensivo e acertando grande parte de suas jogadas, o Campinas ofereceu resistência no início da etapa final. Chegaram a pairar, sobre o campo, dúvidas se a equipe conseguiria voltar a igualar o confronto. As chances apareceram; com o veloz Maranhão, pela esquerda, e o talentoso Rafa pelo meio, o clube verde e amarelo criou bem e obrigou o excelente goleiro Diego a trabalhar. Mas, infelizmente para os adeptos locais, a criatividade mostrou-se ser fogo de palha.

A segunda etapa foi um PEGUEIRO total (Foto: Matheus Pereira)
A poça nos proporcionou grandes momentos, como esse (Foto: Matheus Pereira)
Quando o Estrela Azul voltou a querer gostar do jogo, a chance voltou a aparecer. Após bola alçada na área, o arqueiro Jeferson corta mal, nos pés de Alemão, que corta da defesa e bate para o fundo das redes, ampliando a contagem para 3 a 0. Aí o sentimento do time local foi de que realmente o boi tinha ido embora, levando as cordas e tudo. Na base da RAÇA, ainda tratou de tentar pressionar, mas com uma falta de eficiência impressionante; nem a entrada do voluntarioso e criticado Daniel ajudou.

Sem dúvidas, o mais belo retrato da partida (Foto: Matheus Pereira)
Mesmo com larga vantagem, Estrela Azul não quis dar espaços ao adversário (Foto: Matheus Pereira)
Sem grande dificuldade, a equipe de Santo Amaro da Imperatriz chegava na área do adversário. Vágner e Tiago perderam grande chance ao errar tabela na altura dos 35, e instantes mais tarde o atacante Neném, cara a cara com Jeferson (e em clara posição de impedimento) perdeu o que seria seu segundo tento na partida. O lance gerou uma reclamação exagerada por parte dos mandantes, que acabaram por descontar no trio de arbitragem sua frustração geral.

Com o fim da partida se aproximando, pouco foi feito por ambos os times, que acabavam investindo mais em jogadas ríspidas e em tentar jogar o pouco que restasse no gramado encharcado. Anderson Luiz de Lima, vendo que desse mato não sairia sequer um inseto - quanto mais cachorro - resolveu encerrar a peleja logo aos 45 minutos, com o placar apontando Campinas 0x3 Estrela Azul. O clube visitante estreia de forma excelente na Interligas, já liderando o grupo.

No fim, até um avião deu o ar da graça pras lentes do Desprovidos (Foto: Matheus Pereira)
Terminada a peleja, não precisei encarar horas de viagem em ônibus novamente, pois contei com uma providencial carona do delegado da partida, sr. Nelcy Costa, que me deixou praticamente em casa, fazendo com que eu evitasse ficar (ainda mais) ensopado. Então, está oficialmente dada a largada do ano de 2015 para o Desprovidos de Fama. Semana que vem tem mais! Vamos!

Hasta.

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